22 janeiro, 2012

Estrela D'Alva



Homenagem à R. Loja Estrela D'Alva - G.O.L - Grande Oriente Lusitano - Lisboa * Portugal pela comemoração do seu 103 Aniversário 

Interpretação da Autora:

No centro da criação do Universo, os 5 elementos - a matéria, o espírito, a alma, a força e a vida – emerge o Homem com os 5 sentidos, iluminado pelo conhecimento, irradia Luz, com zelo e fervor.

De braços abertos e pernas afastadas, regenerado e pronto para partir na estrada luminosa, a Luz que ilumina os livres-pensadores, a eterna vigilância e a protecção objectiva do G.A.D.U.
O impulso que leva o homem a aprender sempre mais e que é o principal factor de progresso.

Sempre pautado pela Temperança, Doçura, Lealdade e Sabedoria na senda da Perfeição, construindo assim uma Obra de Luz, tal, como é a Maçonaria.
                                                                               
Carmen-Lara
15 de Dezembro de 2011.




Técnica Mista s/ Tela
40x40 2011

02 janeiro, 2012

Arte maçônica e visão interior por José Maurício Guimarães




Arte maçônica e visão interior José Maurício Guimarães No último dia 6 de dezembro recebi, vindo de Portugal e com delicada dedicatória, o livro de Carmen Lara Alexandre intitulado "Arte Maçónica numa Visão Profana". Desde 2008 acompanho o trabalho corajoso de Carmen Lara. Um oceano nos separa, desde o idioma (que deveria ser o mesmo, daí o acento agudo em 'maçónico', que entre nós é circunflexo) até o fato de que Carmen faz uma leitura da Maçonaria pelo prisma multifacetado das artes. Artista plástica e escritora, ela define sua obra como o resultado daquilo que interiorizou em espírito. É forçoso concordarmos que, em se tratando de Iniciação, é o espírito que vivifica; a letra e o formalismo matam. Em contato com a obra de Carmem, percebemos que ela vai além da "singela perspectiva profana". No sentido iniciático, profano não é - ao contrário do que muitos pensam e ensinam - algo ou alguém que esteja "fora do templo" (pro+fanum). Não! o profano, aqui, é característica do elemento não pertencente ao âmbito formal onde a realização está sujeita às intempéries da incivilidade. Num mundo obscuro, onde alguns pseudo-iniciados vivem de ofender, afrontar, macular e transgredir os valores da sociedade, o olhar culto e espiritualizado volta-se para a Instrução ministrada pela Arte que, seguramente, tem ouvidos para a Voz do Silêncio. Neste aspecto, Carmen Lara é absolutamente precisa ao descrever uma de suas telas, "Fonte de Sabedoria": "Em qualquer lugar que se ache vestígios do Mestre, - diz ela - os ouvidos dos que estiverem preparados para ouvir os seus ensinamentos se abrirão completamente, e quando os ouvidos estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para enchê-los com Sabedoria." Enquadram-se nessa perspectiva transcendente a pintura e os textos de Carmen, carregados da reverência ao Sagrado (com Smaiúsculo) e de refinada percepção dos Mistérios do Santuário (também em maiúsculas). Os grupos fechados, cegos por pretensos e fantasiosos privilégios, tornaram-se, paradoxalmente, os autênticos "estranhos do Santuário". Enquanto isso, alguns leigos descerram as câmaras mais íntimas do mundo interior. Hoje, portanto, quando muito se fala do Sagrado e pouco dele se realiza, o pincel, o papel e a pena se transformam em instrumento de trabalho. "The pen is mightier than the sword" (a pena é mais poderosa que a espada), conforme o adágio do Mestre Maçom e Rosacruz Edward Bulwer-Lytton. Assim, a visão mística de Carmen Lara só pode ser considerada profana pelo fato de ela não ter sido formalmente iniciada em determinado dogmatismo litúrgico. Na mesma trilha situa-se um dos maiores conhecedores da Maçonaria, o escritor profano e sacerdote jesuíta, José Antonio Ferrer Benimeli. Também é profano o olhar literário e erudito de Umberto Eco quando discorre sobre a Maçonaria e outras Ordens iniciáticas. Os Século XX e XXI nos reservaram esta surpresa: estamos diante de artistas e historiadores que, longe de tratarem o assunto com irreverência ou desrespeito, impelem o pensamento em direção à verdadeira interpretação da filosofia iniciática. Iluminam, com as chamas que estão destruindo a fênix, os velhos símbolos, as lendas e os mitos do passado. Esse espaço necessitava de ser ocupado, uma vez que nem todos os iniciados se ocupam do estudo que lhes compete: estão mais ocupados com o poder mundano que as instituições talvez lhes outorgassem.Na dedicatória que Carmen Lara me faz do livro, ela testemunha e agradece e carinho com que abracei sua obra desde o início. Não me é lícito envaidecer-me disso, pois, se sou daqueles que pensam nos "segredos iniciáticos" como algo que deve ser preservado, defendo, por outro lado, que o Conhecimento que nossas Ordens preservaram merecem ser partilhados com a sociedade. Eis o único caminho para o cumprimento daquela missão de tornarmos feliz a humanidade. É através dessa convivência sem preconceitos que combateremos a ignorância e a tirania. A arte maçônica de Carmen Lara contribui nessa tarefa, alimentando, com sensibilidade, o trabalho das Ordens Iniciáticas em geral e da Maçonaria em particular. Traz isto e muito mais aos olhos de Portugal, estende-se além-mar e chega até nós, livre de preconceitos e fórmulas vazias que apenas têm aumentado a escuridão. Lembro-me, a propósito dos versos de Fernando Pessoa: "A EUROPA jaz, posta nos cotovellos: De Oriente a Occidente jaz, fitando, E toldam-lhe românticos cabellos Olhos gregos, lembrando... Fita, com olhar sphyngico e fatal, O Occidente, futuro do passado. O rosto com que fita é Portugal." (Mensagem, Brasão, Os Campos, Biblioteca Manancial, Aguilar Editores). Carmen Lara já apresentou cinco exposições individuais em Portugal e participou de outras dezessete coletivas. Mais do que este modesto artigo, os sites mantidos por ela ampliam a visão sobre sua obra e seu pensamento www.artemaconicadacarmen.blogspot.com e www.carmenlara.jimdo.com E, se vocês digitarem [arte,maconica,carmen lara] no youtube terão a oportunidade de ver as imagens que valem mais que mil palavras. Visite meu blog em http://zmauricio.blogspot.com/