Situada em Sintra, um dos Lugares mais Simbólicos da Maçonaria em Portugal.
Enquanto representação do cosmos, o jardim é aqui revelado pela sucessão de lugares imbuídos de magia e mistério. A demanda do paraíso é materializada em coexistência com um mundus inferus, um dantesco mundo subterrâneo, ao qual o neófito seria conduzido pelo fio de Ariadne da iniciação.
Concretiza-se entre os vários cenários a representação de uma viagem iniciática, qual vera peregrinatio mundi, por um jardim simbólico onde podemos sentir a Harmonia das Esferas e perscrutar o alinhamento de uma ascese de consciência, em analogia com a demanda do Ser que ressalta das grandes epopeias.
Nestes domínios vislumbram-se referência à Mitologia, ao Olimpo, a Virgílio, a Dante, Milton, a Camões, à missão templária da Ordem de Cristo, a grandes místicos e taumaturgos, aos enigmas da Arte Real, à Magna Obra Alquímica.
Vemos uma Torre invertida “Poço Iniciático”, que se afunda cerca de 27 metros no interior da terra. Configura-se como um espaço de sagração, de conotações herméticas e alquímicas, onde s e intensifica a relação entre a Terra e o Céu. Com vários percursos subterrâneos, um P atamar dos Deuses, é marcado pelo alinhamento de estátuas de divindades clássicas, figurando Fortuna, Orfeu, Vénus, Flora, Ceres, Pã, Dionísio, Vulcano e Hermes. Dentro de uma vasta floresta de árvores e plantas oriundas de várias partes do mundo, Magnólia, Fetos-arbóreos, Camélia, Cedrus, Araucária, Cipreste, carvalho, Castanheiro-da-índia, Pinheiro, Saquoia, Sobreiro e outros. Várias grutas, labirintos, fontes, capela, prisões, lagos, cascatas, uma estufa botânica, dedicada à deusa Flora. A fachada ostenta um painel de azulejos que representa seis sacerdotisas oficiando um rito de fertilidade. Um portal dos guardiães, oficina das artes, cocheiras, cavalariça e vacaria e o Palácio com um terraço panorâmico, são rematados por oito pináculos profusamente decorados com figuras naturalistas e fantásticas. Num dos pináculos virado ao oceano, figura o poeta Luís de Camões.
Esta simbologia de pedra, cinzelada pelas mãos de construtores de Templos imbuídos num verdadeiro espírito de Tradição, revela a dimensão poética e profética de uma Mansão Filosofal Lusa.
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